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Ajudar os cães e as crianças a viverem juntos: a Happy Dog Expert explica!

Escrito por Elena Garcia Happy Dog Expert, publicado em 19 Agosto 2025

Há muitos anos que se reconhece que as crianças beneficiam de várias formas do facto de viverem com cães. Por exemplo, estudos demonstraram uma menor probabilidade de alergias e que as crianças se tornam mais responsáveis e empáticas se estiverem perto de cães em casa. No entanto, para maximizar estes benefícios e garantir o bem-estar do cão - bem como para ajudar a construir a ligação entre cães e crianças - é essencial compreender certos conceitos que não são comummente conhecidos.

Primeiro, vamos explorar uma série de mitos sobre a convivência entre cães e crianças e a verdade por trás deles.  

Primeiro mito: Viver com um cão tem sempre benefícios

De um modo geral, os estudos mostram que a maioria das crianças que vivem com um cão são mais responsáveis e empáticas, ou seja, têm uma maior capacidade de compreender as emoções dos outros. No entanto, é fundamental que os pais possam dar um bom exemplo na forma como cuidam e tratam dos seus animais de estimação. O simples facto de viver com um cão pode não ser suficiente se os pais não apoiarem os filhos a cuidar também do cão.

Segundo mito: As crianças têm de estar empenhadas em cuidar do cão

É importante distinguir entre a ligação emocional entre uma criança e um cão e a responsabilidade de cuidar dele. Uma criança pode ter uma ligação muito forte com um cão, mas não cuidar dele, e vice-versa. Da mesma forma, uma criança pode cumprir rigorosamente as tarefas que lhe são atribuídas, mas não beneficiar emocionalmente. O tipo de relação e de cuidados dependerá das personalidades da criança e do cão , da dinâmica familiar e, sobretudo, do exemplo dado pela família.

Child holding their small brown and white dog on a lead, while it stands on its back legs.

Terceiro mito: Atribuir tarefas de cuidados ao cão tornará a criança mais responsável

Atribuir tarefas de cuidados pode ajudar uma criança a sentir que tem valor e um objetivo, o que é benéfico para a sua autoestima. No entanto, se o esforço exigido for demasiado grande, pode diminuir a ligação e a motivação para cuidar do cão. Por isso, é importante que as tarefas sejam partilhadas e ajustadas à idade e personalidade da criança.

Quarto mito: Se as crianças não brincam com um cão, significa que não se importam

Tem-se observado que as crianças tendem a procurar o seu cão especialmente em momentos de stresse ou tensão emocional. Os cães podem ser uma fonte de apoio social e emocional, sem necessidade de partilhar jogos ou outras atividades.
Two children sat opposite each other talking, one child is stroking their black dog as they sleep.

A ligação emocional entre crianças e cães

Se nos concentrarmos no aspeto emocional e de ligação, sabemos que os cães são um bom apoio social para as crianças por várias razões:

  • Disponibilidade constante: Os cães estão quase sempre disponíveis, o que os torna uma presença constante e reconfortante para as crianças.
  • Proatividade: Os cães podem ser proativos, procurando eles próprios interações, o que pode ser muito benéfico para uma criança que precise de companhia ou distração.
  • Variedade de atividades: A sua presença encoraja uma variedade de atividades partilhadas , desde brincar, passear e fazer festas em momentos de relaxamento.
  • Oportunidade de cuidar: Os cães oferecem a oportunidade de cuidar, o que pode ajudar as crianças a sentirem-se valiosas e com um objetivo, reforçando a sua autoestima e sentido de responsabilidade.
  • Confidentes ideais: Os cães são excelentes confidentes porque não julgam. Embora possa parecer contraintuitivo, confiar ou desabafar com alguém que não o compreende tem um resultado muito positivo. Uma criança pode explicar o que sente com toda a tranquilidade, sabendo que não será menosprezada e que os seus segredos não serão revelados.

Quando aprofundamos este último ponto, encontramos outro fator importante. Quando confiamos numa pessoa, temos consciência de que ela se preocupará connosco. Além disso, se ela faz parte do nosso círculo próximo, é provável que esteja a passar pela mesma situação de stresse, como problemas financeiros ou a perda de um familiar. Isto pode levar-nos a não expressar a nossa angústia para evitar causar mais sofrimento a essa pessoa. No entanto, com um cão, as crianças podem exprimir-se livremente sem esta preocupação.

A child and a dog napping peacefully together, the child’s head is resting on the dog’s back.

Explorando o papel do cuidado e da responsabilidade

Se abordarmos a componente dos cuidados e da responsabilidade entre cães e crianças, devemos ter em mente que:

  • A responsabilidade de garantir cuidados adequados é sempre do adulto.
  • É importante promover a comunicação e a educação. É particularmente importante explicar às crianças, de forma fundamentada, as emoções e as necessidades do cão, em vez de se limitar a impor tarefas.
  • Os limites e as regras devem ser muito claros. As necessidades básicas de um cão devem ser sempre satisfeitas e ele não deve ser prejudicado física ou emocionalmente.
  • Devemos promover o esforço em vez do sucesso. Por exemplo, se uma criança é pequena e está a pôr água na tigela de um cão, é provável que alguma da água acabe no chão. A mensagem deve centrar-se no esforço feito para garantir que tudo corre bem, e não tanto no facto de ter ou não conseguido!
  • Quando uma criança não completa corretamente as suas tarefas, devemos estar próximos e ensinar a forma correta de fazer as coisas, compreendendo que os erros fazem parte da aprendizagem.
  • Não devemos censurar os pensamentos ou emoções relacionadas com o cão, mesmo que sejam negativos. Mais tarde, podemos refletir com os nossos filhos sobre a origem desse desconforto, mas é importante que eles o possam expressar, caso exista. Por exemplo, pode ser porque o cão a magoou enquanto brincava, ou porque a criança não tem vontade de brincar, mas o cão insiste.

Ajudar as crianças e os cães a criar laços, com base na idade:

  • Dos 3 aos 7 anos: As crianças podem acompanhar e observar os adultos a cuidar de um cão, ajudando em tarefas simples como escovar o cão ou colocar comida e água.
  • Dos 8 aos 14 anos: As crianças podem assumir mais responsabilidades, como passear um cão sob supervisão e tratar da escovagem e alimentação sob a orientação de um adulto.
  • Dos 14 aos 18 anos: Embora possam ter mais autonomia nos cuidados com o cão, as crianças nesta idade devem continuar a ser supervisionadas por um adulto para garantir o bem-estar do cão.

Adotar um cão pode trazer imensos benefícios para as crianças, desde que o cão seja considerado um membro da família que precisa de cuidados e amor. Convidamos todas as famílias a adotar de forma responsável, lembrando que o bem-estar do cão e o reforço da ligação com as crianças dependem do empenho e da educação de todos os membros da família.

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